quinta-feira, 14 de maio de 2009

MANUEL ALEGRE

Quando me é permitido escrever sobre o que “aí vem”, nunca perco a oportunidade. Principalmente, quando se trata de algo a que verdadeiramente estamos umbilicalmente ligados.
Manuel Alegre sempre foi para mim, como tantos outros, uma figura incontornável da democracia portuguesa.
Noviço, sem experiência, tornei-me amigo de Manuel Alegre e sei que o contrário também é verdadeiro.
As diferenças de opinião são comuns no Partido Socialista, ainda que, as opiniões de Manuel Alegre têm outra visibilidade. Por isso ele diz que representa uma parte importante do eleitorado. Muita razão; mas não absoluta!
Ele, como eu, não gostamos nem somos absolutistas.
Mas que interessa isso ao cidadão comum, preso que está ao tabu que Alegre mantém na crista da onda?
Tudo…e nada!
Tudo, porque ao desfazer o tabu e afirmar que é e se mantém militante do Partido Socialista, desenvolve também a ideia que alguns erros do passado poderão ser corrigidos.
Nada, porque quem estava a esfregar as mãos de contente, esperando que Alegre batesse com a porta do socialismo democrático, o sorriso vai-se transformar em raiva mal disfarçada.
Avançar para “outras lógicas”, nomeadamente as que defendem, estimulam e demagogicamente anunciam, “as nacionalizações, o controle operário, a reforma agrária” e outras coisas que mais tão na moda, não está no seu espírito.
Nesses, nos tais, nos que ainda alimentam a esperança que Alegre atraiçoará a sua “família política” para embarcar em outras aventuras, pouco sabem e pouco conhecem do nosso percurso colectivo.
Outros dirão, que Alegre não sai do PS porque se o fizesse, deixava de ter palco e cedo desapareceria da vida pública portuguesa.
Manuel Alegre não vai dizer nada que todos não esperamos e desejamos; “continuo fiel à Declaração de Princípios do Partido Socialista”, dirá!
Sempre me coloquei do lado da “interrogação”. O que significa? Saber sempre que uma das palavras mais importantes da interpretação das ideias é, “porquê”!
Não vale a pena olhar demasiado para o “umbigo”! Vale a pena fazer sempre, cada um de nós, a sua própria avaliação e, dia após dia actualizá-la!
Verão, perceberão, os camaradas, mas também os amigos e cidadãos que vale a pena fazê-lo.
Por aqui, por esta cidade tão mal tratada, por mal trabalhada, Manuel Alegre faz falta.
Já sei…já sei…que esta minha afirmação vai ter eco pelos piores motivos, nalgumas pessoas, que não organizações. Mas esses, essas, também sabem o que valem.
Por razões várias Coimbra desapareceu; esfumou-se! Cada um de nós encontra uma ou várias razões para tal. Mas convenhamos, desembocam sempre no mesmo; os nossos intérpretes valem pouco! Ou impreparados politicamente, ou com deficiências de crescimento político, ou por mero oportunismo, ou ainda por “parolice militante”, ainda que, a maior parte das vezes, por pouca capacidade no domínio das ideias.
Coimbra precisa de ser dignificada. Precisamos de inverter esta desgraça em que caímos. Só que os protagonistas deverão ser outros. Mais do mesmo seria uma desgraça exponencial.
Quando defendo que Manuel Alegre deve ser o próximo cabeça de lista do PS nas eleições legislativas pelo Distrito de Coimbra, é porque penso que será o nosso melhor.
Com a regionalização à porta, é obrigatório que à nossa voz se junte quem acredita e gosta de Coimbra. De outro modo, estaremos metidos num sarilho difícil de resolver. Coimbra e o PS precisam de vozes fortes e sonoras. Principalmente de quem não precisa dos partidos para sobreviver!
Alegre vai ficar no PS. Alegre vai ser Deputado da Nação. Alegre vai continuar a fazer-se ouvir em nome de Coimbra, do Partido Socialista e de Portugal.
Depois de amanhã, cada um discutirá as contrapartidas…se as houver! A ver vamos! Mas isso não é determinante. Para ele será, no máximo, importante. Ou talvez nem isso.
Tão importante em manter-se e aprofundar o espírito socialista, será libertar-se de “alguns” que não “há” maneira de lhe “largarem a banda do casaco”!

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